Rondônia tem a segunda menor taxa de desemprego do país no 2º trimestre de 2025
Data: 08/10/2025
A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE, revelou que a taxa de desocupação no Brasil atingiu 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor nível desde o início da série histórica, em 2012.
Entre os destaques positivos, Rondônia registrou apenas 2,3% de desocupação, consolidando-se como o segundo estado com menor desemprego do país, atrás apenas de Santa Catarina.
Os dados apontam para um cenário de forte recuperação e estabilidade do mercado de trabalho rondoniense, mas também levantam reflexões importantes sobre a qualidade das ocupações, a informalidade e os desafios de qualificação profissional temas centrais para a atuação da ABRH Rondônia e dos profissionais de Recursos Humanos no Estado.
Cenário nacional e estadual: desemprego em queda e novos desafios
No panorama nacional, a redução da taxa de desemprego foi significativa: caiu de 7,0% no primeiro trimestre para 5,8% no segundo, segundo o IBGE.
O contingente de pessoas desocupadas foi estimado em 6,3 milhões, com recuo de mais de 17% em relação ao trimestre anterior.
A melhora no emprego formal também é visível: o número de trabalhadores com carteira assinada atingiu recordes, e o nível de ocupação chegou a 58,1%, o maior desde o início da série.
Apesar dos bons resultados, a pesquisa também destaca desigualdades persistentes em Rondônia:
- Mulheres continuam enfrentando taxa de desocupação mais alta 16,6% que os homens no segundo trimestres de 2025;
- Pessoas pretas(1,2) e pardas(1,6) apresentam índice de desocupação superior ao de pessoas brancas(0,8);
- A taxa de desocupação de jovens de 18 a 24 anos (4,5) é 95,7% superior a média da desocupação apurada no segundo trimestre de 2025(2,3).
Esses dados mostram que, embora o mercado de trabalho avance, a inclusão e a equidade ainda são desafios urgentes.
Rondônia em destaque: desempenho histórico e estrutura produtiva em expansão
Com 2,3% de desocupação, Rondônia alcançou o melhor resultado da Região Norte e figura entre as menores taxas do país.
O estado manteve uma trajetória de queda contínua, no segundo trimestre de 2024, o índice era de 3,2%, refletindo o dinamismo de setores estratégicos como o comércio e serviços.
Alguns fatores podem explicar o bom desempenho:
A força do setor de serviços segue impulsionando o mercado de trabalho em Rondônia. Segundo dados do CAGED, o segmento apresentou saldo positivo de 2.219 vagas formais no segundo trimestre de 2025, respondendo por grande parte das novas oportunidades criadas no estado. Os destaques ficaram por conta das áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que mantêm trajetória consistente de crescimento.
O comércio também registrou desempenho relevante, com saldo positivo de 779 empregos, impulsionado especialmente pelo comércio varejista de combustíveis, além de farmácias, perfumarias, óticas e lojas de artigos médicos e ortopédicos, que ampliaram significativamente suas contratações no período.
Apesar do cenário favorável, é importante ressaltar que a baixa taxa de desemprego não equivale a pleno emprego de qualidade. Em Rondônia, a taxa de informalidade alcançou 47,7%, ficando acima da média nacional que foi de 37,8%, e ainda apresentou crescimento da informalidade em relação ao mesmo período de 2024, que foi de (45,1%).
Esse aumento da informalidade reforça a necessidade de políticas públicas e empresariais voltadas à valorização da renda, formalização das ocupações e fortalecimento das relações de trabalho, de modo que o avanço no emprego também se traduza em melhores condições e estabilidade para os trabalhadores.
O olhar do RH: oportunidades e responsabilidades no novo contexto
Para os profissionais e gestores de Recursos Humanos, o cenário de baixa desocupação traz novos desafios. Com o mercado mais competitivo, atrair e reter talentos exige estratégias inovadoras: fortalecimento da cultura organizacional, planos de carreira bem estruturados e benefícios que dialoguem com o perfil do trabalhador contemporâneo.
Além disso, a qualificação contínua ganha protagonismo. A rápida transformação tecnológica e as novas demandas do mundo do trabalho tornam essencial o investimento em capacitação e requalificação profissional, para que Rondônia mantenha sua competitividade e prepare sua força de trabalho para o futuro.
Nesse sentido, a ABRH Rondônia reafirma seu compromisso em promover o debate e a articulação entre empresas, governo e academia, estimulando políticas e práticas que valorizem o trabalho humano e fortaleçam o desenvolvimento sustentável do estado.
Reflexão final
Os números do IBGE e CAGED reforçam que Rondônia é um exemplo de resiliência econômica e dinamismo social, mas também lembram que o crescimento só é sustentável quando vem acompanhado de trabalho decente, equitativo e com oportunidades para todos.
Com a taxa de desemprego em patamares historicamente baixos, o desafio agora é garantir qualidade, formalidade e valorização das relações de trabalho, objetivos que estão no centro da missão da ABRH Rondônia e de todos que acreditam na gestão de pessoas como motor de desenvolvimento.