Rondônia é o 5º Estado brasileiro que mais emprega Pessoas com Deficiência
Data: 21/09/2025
No dia em que celebramos o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a ABRH Rondônia destaca um dado relevante: segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – 3º trimestre de 2022, Rondônia ocupa a 5ª posição no ranking nacional de empregabilidade de pessoas com deficiência (PcD). O levantamento do IBGE mostra que 31,8% da força de trabalho do estado apresenta algum grau de deficiência, percentual superior à média nacional, que é de 26,6%.
Esse destaque não é isolado. Dos cinco estados com maiores índices de empregabilidade de PcDs, quatro estão localizados na Região Norte, revelando uma tendência regional de maior inclusão no mercado de trabalho. Entre os tipos de deficiência mais declarados na região, predominam a dificuldade para enxergar (35,3%) e a dificuldade de aprendizagem (30,1%).
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual – 3º trimestre
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual – 3º trimestre
Marcos legais da inclusão
O avanço da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho brasileiro se apoia em importantes marcos normativos.
– Já em 1991, a Lei nº 8.213 estabeleceu a chamada Lei de Cotas para PcDs, um divisor de águas na inclusão no mercado de trabalho, que determinou que empresas com 100 ou mais funcionários reservem de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência.
– Em 2006, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU, consolidou o uso da expressão “pessoa com deficiência”, reforçando a dignidade e os direitos dessa população.
– O Brasil ratificou a Convenção em 2008, com status de emenda constitucional, e em 2009 a promulgou por meio do Decreto nº 6.949.
– Em 2015, a Lei nº 13.146 instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, também conhecido como Lei Brasileira de Inclusão, ampliando direitos e reforçando deveres de empresas e órgãos públicos.
Esses instrumentos jurídicos representam conquistas fundamentais para a garantia de oportunidades e para o combate à exclusão.
Inclusão como estratégia organizacional
Mais do que atender a uma obrigação legal, a inclusão de pessoas com deficiência é uma estratégia que gera impactos positivos para as organizações. Ao valorizar a diversidade, empresas ganham em inovação, fortalecimento da imagem institucional, engajamento de colaboradores e fidelização de talentos. O resultado é uma cultura corporativa mais saudável e voltada ao sucesso sustentável.
Essa pauta está alinhada ainda aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente ao ODS 8.5, que prevê até 2030 a promoção de emprego pleno e produtivo, trabalho decente e igualdade de remuneração para todas as pessoas, incluindo jovens e PcDs.
Capacitismo: a barreira invisível
Apesar dos avanços, ainda há obstáculos sociais a enfrentar. O capacitismo, termo que designa o preconceito contra pessoas com deficiência, segue como uma barreira significativa para a inclusão plena.
Trata-se da visão equivocada de que a deficiência significa incapacidade, reduzindo a pessoa à sua condição e ignorando suas habilidades e potencialidades. Esse preconceito se expressa em diferentes níveis: em piadas e comentários estigmatizantes, na falta de acessibilidade em ambientes físicos e digitais, e até na infantilização de adultos com deficiência.
Embora muitas vezes naturalizado, o capacitismo cria barreiras invisíveis que limitam a autonomia, restringem oportunidades e perpetuam a exclusão. Enfrentá-lo exige mais do que leis: requer uma mudança cultural. É preciso que empresas e a sociedade reconheçam a inclusão como uma oportunidade de ampliar talentos e perspectivas, promovendo a diversidade como um ativo estratégico para o desenvolvimento humano e organizacional.
O que fazer?
Os dados do IBGE mostram que Rondônia e a Região Norte têm avançado na empregabilidade de pessoas com deficiência. Mas os números, por si só, não bastam.
Segundo dados do Instituto Ethos, que pesquisou mais de 1.100 das maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas 2023-2024, houve um ganho de consciência das principais lideranças executivas ao reconhecerem que há uma baixa presença de mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e pessoas LGBTI+ nos diferentes níveis hierárquicos, em especial nos espaços de tomada de decisão. Ainda segundo o Ethos, 6,3% dessas empresas têm ações e metas para pessoas com deficiência, um número relativamente pequeno, ante a proporção de pessoas com deficiência na força de trabalho.
Precisamos trocar experiências e ideias para implementação de ações concretas que promovam as boas práticas de Diversidade e Inclusão, e a ABRH/RO pode te apoiar nesse trabalho, por meio da Diretoria de Diversidade e Inclusão, conduzida pelo Diretor Silvano Simão.
É fundamental que a luta contra o capacitismo e o compromisso com a diversidade, equidade e inclusão se tornem parte da cultura das organizações, fortalecendo a construção de uma sociedade justa.